Uniformes olímpicos do Brasil geram polêmica às vésperas das olimpíadas

Às vésperas da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2024, as redes sociais fervilham com comentários sobre o uniforme do Brasil. Lançado em abril pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e confeccionado pela Riachuelo, o conjunto com saias brancas rodadas e jaquetas jeans bordadas à mão por artesãs de Timbaúba dos Batistas, no Rio Grande do Norte, tem dividido opiniões.
Muitos criticam a falta de elementos de brasilidade que poderiam refletir a criatividade do país.Em resposta às críticas, o presidente do COB, Paulo Wanderley, defendeu o uniforme dizendo que “não é a Paris Fashion Week, são os Jogos Olímpicos”. O diretor de marketing do COB, Gustavo Herbetta, também reforçou a posição.Por outro lado, países como Mongólia, Estados Unidos e Haiti destacaram suas culturas nos uniformes olímpicos, ganhando elogios globais.
A Mongólia, por exemplo, utilizou símbolos culturais em peças feitas pela grife local Michael & Amazonka, enquanto os EUA e o Haiti optaram por designers renomados e traços culturais distintos.No Brasil, o debate sobre a ausência de elementos culturais nos uniformes tem sido intenso nas redes sociais. A estilista Isa Isaac Silva destacou a importância da moda como expressão cultural e econômica, criticando a visão do COB sobre os uniformes. Segundo ela, a moda brasileira poderia ter sido mais bem representada, trazendo elementos artísticos e culturais do país.Algumas marcas brasileiras, como a Adidas, já têm explorado essas inspirações.
A artista visual Criola, por exemplo, estampou peças da equipe de skate com elementos afrodiaspóricos. A marca baiana Dendezeiro lançou recentemente uma coleção chamada “BRs2”, inspirada na bandeira brasileira e celebrando a diversidade do Brasil com técnicas tradicionais.Isa Silva conclui que o debate atual é crucial para definir o que é a moda brasileira, enfatizando que existem múltiplos Brasis e a importância de um diálogo abrangente sobre essa identidade.