Supremo Tribunal Federal marca data para julgar acusados de assassinar Marielle Franco
A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal agendou para a próxima terça-feira (18) o julgamento das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra suspeitos de envolvimento nos assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em março de 2018.
Entre os acusados estão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal, ambos suspeitos de liderar atividades de uma milícia na região.
Segundo a PGR, Domingos e Chiquinho têm histórico de formação de alianças com milícias desde os anos 2000, visando interesses econômicos ligados à ocupação irregular de territórios. A denúncia também inclui Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e Robson Calixsto da Fonseca, ex-assessor de Domingos, este último acusado de envolvimento em atividades de organização criminosa.
O documento da PGR detalha que Marielle Franco se tornou um obstáculo aos interesses dos irmãos Brazão ao defender políticas de regularização fundiária para áreas de interesse social, enfrentando resistência por parte dos acusados. A Procuradoria argumenta que os crimes foram planejados para eliminar essa oposição política e dissuadir outros líderes de seguir o exemplo de Marielle.
Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de efetuar os disparos que vitimaram Marielle, está sob custódia desde sua prisão em conexão com os assassinatos. O julgamento no STF visa esclarecer o envolvimento dos acusados nos homicídios e nas atividades criminosas relacionadas.