Saiba como prevenir doenças como a leptospirose, após chuvas no RS

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria leptospira, presente na urina de roedores e comumente adquirida pelo contato com água ou solo contaminados.

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Após as enchentes recentes que têm assolado o Rio Grande do Sul nos últimos dias, aumenta o risco de transmissão de doenças como leptospirose, tétano e hepatite A. A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria leptospira, encontrada na urina de roedores e frequentemente adquirida pelo contato com água ou solo contaminados.

Juliana Demarchi, coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município de Lajeado (RS), um dos mais afetados pelas chuvas no estado, explica que durante as enchentes, as bactérias podem facilmente entrar em contato com a população, mesmo sem haver uma lesão na pele. O longo período de exposição à água pode comprometer a barreira natural da pele, permitindo a entrada da bactéria.

Para aqueles que estão envolvidos na limpeza de casas e comércios afetados, é crucial usar equipamentos de proteção adequados e evitar ficar com mãos e pés molhados por períodos prolongados. A lama molhada pode manter as bactérias vivas e aumentar o risco de contaminação.

mais de 90% das cidades gaúchas foram afetadas

Apesar de não ter havido um aumento significativo de casos de leptospirose durante as cheias anteriores em Lajeado, a expectativa é de que haja um aumento após esta última enchente, devido à magnitude da situação.

Os sintomas da leptospirose podem variar, incluindo febre, dor muscular, dor de cabeça e conjuntivite na fase inicial, com sinais de alerta para gravidade aparecendo na segunda semana, como tosse, hemorragias ou insuficiência renal. O tratamento deve ser iniciado precocemente, com antibioticoterapia conforme os protocolos do Ministério da Saúde.

A Sociedade Brasileira de Infectologia, a Sociedade Gaúcha de Infectologia e a Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul recomendam o uso de quimioprofilaxia em casos de alto risco de leptospirose, como equipes de socorristas de resgate e voluntários com exposição prolongada à água de enchente.

Contato prolongado com a água aumenta a chance de contaminação

Além da leptospirose, outras preocupações incluem o tétano, que pode ser contraído através de cortes e feridas durante as enchentes, e a hepatite A, transmitida principalmente por alimentos contaminados pela água das enchentes. É importante buscar atendimento médico para avaliação e tratamento adequados em caso de suspeita de exposição a essas doenças.

Também é necessário ter cuidado com animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e cobras, que podem ser mais comuns em áreas afetadas por enchentes. Em caso de acidente com esses animais, é essencial procurar atendimento médico imediato e contatar o Centro de Informações Toxicológicas.

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