O Bebê mais prematuro do mundo supera as expectativas e completa quatro anos
Crianças prematuras são aquelas que nascem antes do período ideal de gestação de 37 a 42 semanas — ou seja, nove meses
O americano Curtis Zy-Keith Means, nascido em 5 de julho de 2020, chamou atenção por ser extremamente pequeno. Pesando apenas 420 g, ele veio ao mundo com 21 semanas e um dia de gestação (o que equivale a apenas 5 meses), no Hospital da Universidade do Alabama em Birmingham, nos Estados Unidos.
Dias depois, Curtis foi considerado o bebê mais prematuro já registrado pelo Guinness World Records. Inicialmente, os médicos indicaram que, dada a sua fragilidade, as chances de sobrevivência do bebê eram inferiores a 1%. Porém, Curtis contrariou as estatísticas e completou quatro anos na última sexta-feira (5), com 14,9 kg — esbanjando saúde e disposição.
Crianças prematuras são aquelas que nascem antes do período ideal de gestação de 37 a 42 semanas — ou seja, nove meses. Existem diferentes graus de prematuridade, definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que ajudam a determinar os cuidados e tratamentos, além de estipular a sobrevida desses bebês. Curtis se encaixava no grau “Extremamente prematuro”, que engloba recém-nascidos de menos de 28 semanas de gestação – o mais extremo e preocupante estágio de prematuridade.
“Meus colegas obstetras me ligaram dizendo que a mãe de Curtis estava em trabalho de parto e prestes a dar à luz, e eles queriam que eu fosse até lá e falasse com ela sobre o mau prognóstico de bebês que nascem com 21 semanas e um dia”, disse Brian Sims, professor de pediatria na Divisão de Neonatologia da Universidade do Alabama, em entrevista ao site do Guinness World Records. “A pergunta da mãe para mim foi: ‘Podemos dar uma chance aos meus bebês?’”.
Michelle Butler, mãe de Curtis, ficou 4 dias internada após o parto. Logo após seu nascimento, o menino foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal para que recebesse ajuda de um ventilador para respirar e remédios para o coração e os pulmões. A irmã gêmea de Curtis, C’Aysa, infelizmente não conseguiu sobreviver.
Os primeiros nove meses de vida do garoto foram no hospital. Curtis, que só conseguiu respirar sozinho depois de três meses, teve que permanecer com uma cânula nasal para oxigênio quando voltou para casa.“Quando Curtis recebeu alta, a unidade comemorou muito. Curtis era um jovem especial e havia algo único nele”, conta o médico. O longo tempo na UTI neonatal possibilitou que Curtis ganhasse peso e que se desenvolvesse da maneira adequada.
O menino, hoje, adora brincar com seus brinquedos e assistir a seu desenho animado favorito, Mickey Mouse. “[Michelle] fez a primeira campanha para que Curtis continuasse vivo. Eu sou muito grato por termos ouvido ela”, afirma Sims. Michelle diz que seu filho sobreviver foi uma “bênção” e que está “muito orgulhosa” do quão longe ele chegou. Vida longa ao pequeno Curtis!