Governo do Paraná compra remédio de R$ 2,4 milhões para menina com câncer após falha de empresa

Decisão foi tomada para agilizar o tratamento de Yasmin, de 11 anos, que enfrenta um câncer agressivo, após a empresa contratada não entregar o medicamento e ser investigada pela Polícia Civil.

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O Governo do Paraná anunciou nesta terça-feira (18) a compra de um medicamento de R$ 2,4 milhões para tratar Yasmin, uma menina de 11 anos com um câncer agressivo em Cascavel. A decisão veio após a empresa Blowout Distribuidora, Importação e Exportação não entregar o remédio Danyelza, crucial para o tratamento, e ser investigada pela Polícia Civil.

Para evitar maiores atrasos, o Estado decidiu proceder com a compra direta do medicamento, como explicou o procurador-geral do Paraná, Luciano Borges. Ele afirmou que o remédio deverá ser entregue a Yasmin dentro de 30 dias. Yasmin luta contra um neuroblastoma desde os cinco anos, tendo passado por cirurgias, quimioterapia e um transplante de medula, sem sucesso.

Uma decisão judicial anterior havia determinado que o Governo do Paraná fornecesse o medicamento, indisponível no SUS. O Estado transferiu o valor à empresa indicada pela família, mas apenas uma das seis ampolas do Danyelza foi entregue, além de poucas caixas de outro medicamento necessário, Leukine, que estava perto da data de vencimento.

A polícia investiga a empresa Blowout Distribuidora por estelionato, organização criminosa, emissão de nota fiscal falsa e lavagem de dinheiro. A Justiça bloqueou as contas da empresa, mas elas estavam zeradas. O procurador-geral afirmou que o Estado continua buscando a recuperação dos recursos.

Para a mãe de Yasmin, Daniela Campos, a notícia traz esperança, mas ela só comemorará quando sua filha receber o medicamento. O procurador-geral também mencionou que, caso a empresa não devolva os recursos, os sócios podem ser presos.

A defesa da Blowout Distribuidora informou que não se manifestará por não ter acesso aos autos do processo. A polícia descobriu que a empresa catarinense contratou outra empresa do Rio Grande do Sul para a importação, que não foi mencionada na ação judicial.

A delegada responsável, Thais Zanatta, destacou que parte dos medicamentos entregues era genérica e sem selo da Anvisa, levantando dúvidas sobre sua autenticidade. Os frascos foram recolhidos para perícia.

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