Antônio Delfim Netto, ex-ministro, morre aos 96 anos

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O economista Antônio Delfim Netto faleceu na madrugada desta segunda-feira (12/8), aos 96 anos, em São Paulo. Internado desde a última segunda-feira (5/8) no Hospital Albert Einstein, Delfim morreu devido a complicações em seu quadro de saúde.

Delfim Netto foi uma figura proeminente na economia e na política brasileira, servindo como ministro da Fazenda de 1967 a 1974, durante os governos Costa e Silva e Médici, um período conhecido como o “Milagre Econômico”.

Ele também foi ministro do Planejamento entre 1979 e 1985, ministro da Agricultura em 1979, e embaixador do Brasil na França de 1975 a 1977.Nascido em São Paulo em 1º de maio de 1928, Delfim se formou em economia pela USP em 1951, onde rapidamente se destacou como professor e pesquisador. Ele foi conhecido por aplicar a teoria neoclássica na microeconomia e ideias keynesianas e monetaristas na macroeconomia, influenciando significativamente as políticas econômicas do Brasil durante a ditadura militar.

Apesar de seu papel central no crescimento econômico do Brasil na década de 1970, Delfim também foi associado a políticas que levaram ao aumento do endividamento externo e à concentração de renda. Ele votou a favor do Ato Institucional número 5 (AI-5), que intensificou a repressão durante a ditadura militar, uma decisão que ele defendeu mesmo décadas depois.Após a ditadura, Delfim Netto continuou sua carreira política, servindo como deputado federal por cinco mandatos até 2006.

Em 2018, ele foi investigado pela Operação Lava Jato, acusado de ter recebido R$ 15 milhões de empresas envolvidas em licitações, alegação que ele negou, afirmando que os serviços de consultoria foram prestados.Delfim Netto deixa um legado controverso, marcado por sua influência na economia brasileira e seu papel em um dos períodos mais turbulentos da história do país.

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